25.5.09

In me * Em Mim * En mí *


É nos momentos de dores internas e profundas da alma que Deus nos ilumina com a sua inspiração e nos faz extravasar o nosso ser, e tentar expor em palavras a imensidão que temos cá dentro, no momento da nossa própria evolução, redescobrimos em nós a força que nos faz andar, abrindo o nosso próprio caminho, solitário, porque no fim, o caminho é isso mesmo, todos nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos, o caminho fazemo-lo sozinhos, por nós próprios, com a ajuda e a luz dos seres que nele se cruzam tanto para nos dar momentos de luz e felicidade, como para nos fazer passar por dores da alma e do coração, pois não existe o bom sem o mau, o ying sem o yang, tudo faz falta na nossa aprendizagem e crescimento da alma, sem isso, jamais nos conseguiríamos elevar, assim tenhamos força e espiritualidade suficiente para o fazer, em consciência.



È no silêncio da alma que Deus nos grava no nosso coração o caminho a seguir, se O conseguirmos sentir cá dentro a Ele, tão imenso, conseguiremos encontrar o nosso caminho.

E porque somos meros humanos, ainda passam por nós emoções, que nos fazem oscilar da alegria para a tristeza, da expansão para a introversão, da melodia para o silêncio profundo da alma.

È neste silencio que escutamos a melodia do espírito tocando-nos o coração, é neste silencio que nos elevamos, sem ninguém, sem um ombro amigo, sem uma palavra exterior, sem precisar de falar, porque as palavras são tão voláteis, as palavras…são instrumentos da mente, e a mente não nos pertence, pertence ao exterior, é manipulada pelo nosso Passado, pelo Futuro que ainda não existe, e por palavras ou acções exteriores. Há que conseguir ter a capacidade de estar em nós, e apenas em nós, ouvindo o nosso ser Superior, escutanto a nossa consciência.

Se conseguirmos sentir e chegar ao nosso ser superior, ouvir o que ele nos tem para dizer, qual é o nosso caminho de alma, conseguiremos concretizar o nosso propósito de vida.

Viemos cá ao planeta Terra, novamente, porque a nossa alma precisa de crescer, de aprender mais sobre a sabedoria suprema.

Assim, vamos caminhando neste estrada solitária, com o amor das almas a nós semelhantes, e que partilham da mesma sintonia, que nos ajudam a crescer, mesmo que nesse amor esteja implícita a dor, pois é nessa dor que nos elevamos, é na escuridão do buraco mais fundo que encontramos a luz da nossa alma, tocada por Deus, é nesta profundidade e neste silencio que nos redescobrimos, que nos elevamos a um patamar superior, que morremos em nós próprios e voltamos a renascer, limpos, a alma expande e brilha ainda mais após este renascer. Nada mais importa, apenas este momento, o tempo no mundo para nós, pára de girar, apenas este momento da alma que expande parece contar. Porque o Tempo é intemporal, o tempo dura aquilo que nós quisermos, um momento pode ser eterno, ou fugaz, segundo a nossa consciência nesse momento.

Se conseguirmos parar, em nós, tudo á nossa volta pára, porque nos ligamos a um nível superior, desligamos de tudo o que é terreno, e abre-se um canal de luz para o Divino, para o Universo, para tudo o que È, para Deus.

Assim, eu venho aqui agradecer aos que caminham, a meu lado, e me ajudam neste caminho, aos que me ajudam a crescer, a redescobrir-me em mim, a parar o tempo nesta azáfama diária, em que nos esquecemos de nós, em que nos esquecemos de nos ligar desta forma profunda, a tudo o que É, a tudo o que sempre Foi, a tudo o que sempre Será.

Um muito obrigado aos seres que estão em mim, que me sentem, que me partilham, aos seres que se cruzaram no meu caminho, e me ajudaram de tantas formas e ser aquilo que sou hoje, nas alegrias vibramos com o universo, sentimo-nos imensamente ligados ao Todo, mas é nas tristezas, é nas dores da alma, é nas privações, que nos revolucionamos a nós próprios, que olhamos em frente, erguemos a cabeça, olhamos ao céu, e continuamos a caminhar, com um propósito, realizar a nossa missão.

Sentimentos como o orgulho, a raiva, o rancor, o ciúme a posse, o apego, as queixas constantes, o sentimento vitimista, e outros semelhantes são a parte do nosso Ego que nos impede esta elevação. Se conseguirmos elevar ao ponto de deixar para traz todos estes sensações no nosso âmago, esse momento será o início da nossa ascensão.

Conseguir sentir um Amor imenso por tudo o que nos rodeia, por todos, um Amor incondicional, que nada espera, que nada exige, será o início do sentir a energia de Deus em nós. Não é um caminho fácil, há que transpor uma série de obstáculos, esses nózinhos do ego, mas se o conseguirmos, será uma aprendizagem que não esqueceremos, que ficará sempre em nós. Passaremos para um nível superior do estado terreno.

Aqui fico, neste momento de silêncio em que de nada mais necessito, senão sentir-me a mim própria, sem falar e sem ouvir, sem ver e sem sentir, apenas sendo, apenas estando…em Mim.
(E após estas palavras inspiradas, as nuvens dissipam-se, o céu volta a estar azul por uns momentos, consigo regressar á Terra, para continuar a caminhar, com mais força, iluminada por uma força superior, que me transcende).
A todos, muita paz e amor.
Sónia

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