4.12.09

4 Dezembro 2009 - Ashram Sivananda Neyyar Dam - Diary Travel to India * Diário viagem India * India Diario de viaje * Voyage en Inde Diary

Sexta feira, dia de descanso aqui no ashram.
Ainda nao vos disse, mas este ashram esta situado no alto de uma montanha vestida de uma vegetacao densa, tropical e mesmo em frente a um
Vim as margens do lago fazer a traducao da Universal Prayer para Portugues, para deixar aqui, pois ainda nao tem nenhuma em portugues, e, contemplar esta maravilhosa beleza que se faz sentir.



Um lago habitado por crocodilos e outras especies de animais, separa este lado da montanha do outro lado, onde escondidos pela vegetacao desta densa floresta tropical, rugem os leoes, que se fazem ouvir em sonoros rugidos fazendo estremecer as folhas das arvores e ressoando o rugido no meu peito.
Diferentes cantos de passaros vivem em comunhao, agraciando os ouvidos de quem aqui passa com as suas melodias.
Um lago sereno, reflectindo o verde da floresta e o azul do ceu, pintado de nuvens brancas.
No meu lado esquerdo esta um peqeuno templo abencoando este local sagrado, onde tambem os deuses contemplam esta beleza, e onde se fazem os tradicionais rituais cada manha de veneracao.

Esta e a terceira semana do curso e os dias sao intensos, cheios de vida e energia.
A rotina aqui e acordar as 5h da manha com um sonoro sino, que toca sempre antes de cada aula. Houve manhas que naturalmente acordava as 4h e ia estudar para o templo, que aquela hora era o unico local com luz.
As 6h da manha e o sat sang, que dura ate as 7h30. Aqui juntam se cerca de 200 pessoas, e inicia se com a entoacao de 3 Om, seguidos de meia hora a meditar, depois meia hora a vocalizar os maravilhosos mantras que me abrem um sorriso no rosto, e mais meia hora onde o Swamiji Maha Devananda ou algum dos professores faz uma leitura de um dos livros de Sivananda ou de Vishnu Devananda e a interpretacao dessa leitura, depois e a oracao Universal e o Arati, onde com a entoacao de um mantra com o mesmo nome e uma cerimonia de fogo onde se queima canfora, se purifica os deuses, os santos os mestres, professores alunos e todos os residentes.
So visto. Sinto tudo isto muito em mim, como se nada de novo esteja a viver. Amo cada momento, cada ritual, cada mantra. Desde o primeiro dia que cheguei que tive a nitida sensacao de ter chegado a casa.
Pesoas vieram ter comigo perguntando me se sou indiana, como sei todos estes mantras e dizendo que tenho uma voz abencoada. Outors dizem que parece que ja vivi aqui e este tipo de vida muitas e muitas vezes, pelo meu mode de me comportar. Silencioso, concentrada, focada, indo o templo, etc.
As 10h da manha e o almoco e as 18h o jantar. Sao as duas refeicoes do dia e vegetarianas.
Tive sorte com o karma yoga, que e um quarto de hora entre as 11h45 e oas 12h a colocar os tapetes no main hall, que e o local onde se fazem quase todas as actividades, assim sobra mais tempo para fazer o resumo da leitura do dia anterior e que temos de entregar para ser corrigida.
Das 8h as 10h e das 16h as 18 e a aula de Yoga, onde fazemos quase 4 horas de pratica por dia e onde aprendemos a ensinar. Quem da as aulas de yoga e o Jambu, que vem da Sede no Canada, com a mulher e dois filhotes pequenos para dar este curso. E uma alma enorme, adoro o!
Sinto os musculos a fortalecerem de dia para dia, e vejam so, em 5 anos de pratica de yoga em Portugal, nunca consegui fazer a Invertida sobre a cabeca, aqui, na primeira ou segunda aula consegui, nao e fantastico?? Incrivel, tive de viajar para a mae India para finalmente conseguir. E e vos disser que o significado de nao conseguir fazer esta posicao de yoga e enfrentar os medos na nossa vida? Mais interessante ainda, nao?
As 12h aula de mantra, kirtana, e leitura de Bhagavat Gita,
As 13h aula opcional de asana, para quem quiser aperfeicoar algum asana.
As 14h aula de leitura e interpretacao do manual que e dada pelo proprio Swami Maha Devananda, que vem da Sede do Canada, para dar este curso. Tive muita sorte, pois nos muitos ashrams Sivananda que ha em todo o mundo, o Swamiji e o Jambu dau aulas em tres, nestem no Canada, que e a Sede e em Italia. Apanhei com a equipe dos dois melhores professores.
As 20h Satsang e as 22h deitar.
Como temos que usar uniforme nos satsangs e nas aulas de leitura, passamos o tempo a ir para os dormitorios para trocar de roupa.

As 19h depois do jantar, por opcao, costumo vir ao templo para as oracoes a Grande Mae, e uma cerimonia digna de ser vista. Apos as oracoes cantadas, e a cerimonia de fogo, depois salpicam nos com agua e dao nos essa mesma agua na palma da mao para beber, e para deitar mos sobre a cabeca. A agua tem sabor a hortela. No fim de todas as cerimonias religiosas e dos Satsangs dao sempre um doce, que aqui chamam pressad, e que e sempre diferente e sem o qual a cerimonia nao esta completa.

Costumo estudar sentada no chao virada para o interior do templo, onde uma imagem do swami Sivananda contempla com um ar terno e pacifico.

Cada dia ha algo novo, ou seja uma aprendizagem, ou seja expectaculos. Ja houve espectaculo de danca indiana, musica indiana, no domingo vai haver de artes marciais, e e nos sabados ha o Talent Show, onde professores, alunos e residentes cada semana nos surpreendem com as suas artes.
Na primeira semana, fiz danca oriental. Houve um acolhimento caloroso do publico.
Fazemos as vezes tambem caminhadas de manha ou a noite, em vez do satsang, uma vez fomos as 5h30 da manha ver o nascer do Sol numa montanha sagrada que se chama Agastya, no topo da montanha temos de estar descalcos, pois fazem la rituais sagrados a este Deus. Aqui vi o nascer do sol mais belo da minha vida, ate agora, o sol despontou por detras do topo de uma montanha do lado oposto onde estavamos.

A India e um dos locais mais sagrados na Terra, onde se vive a espiritualidade no verdadeiro sentido da palavra, em cada gesto, em cada rotina.
A sabedoria ancestral deste povo transcende por completo o mundo ocidental.
O significado de andar descalco em templos, casas, lojas, etc, para que as impurezas da rua nao entrem em locais sagrados, e sagrados entenda se que sao templos e as nossas casas, lojas... Em todo o local, loja ha uma imagem, um altar, incenso...
Comer com as maos. Sim, aqui come se com a mao direita e e aceita se seja o que for sempre com a mao direita.
E quando digo come com as maos e no sentido literal. Comemos com um utensilio, a nossa mao, que ao contrario dos talheres, mais ninguem pode usar para comer. Tambem porque ao tocar a comida com os nossos dedos, ja estamos a passar a nossa energia, o nosso prana para os alimentos. O acto de comer comeca antes de os alimentos chegarem a boca. E faz se uma oracao e agradece se pelos alimentos.
Os indianos em geral sao silenciosos e reservados. A sabedoria do silencio habita em cada particula dos seus seres.
Muitas formas de comunicacao, como comprimentar, agradecer, dizer sim ou nao, sao feitos gestualmente, usando as maos ou a cabeca, e nao desperdicando energia em palavras.
Durante o Arati, a cerimonia de fogo, queimam canfora, que e um combustivem que queima sem deixar qualquer vestigio, com as maos atraimos esse fogo para nos e passamos as maos pela cabeca, olhos, como um sinal de purificacao e de que cada vez mais o nosso ego seja extinguido em nos, tal como a canfora e totalmente extinguida pelo fogo.
Aqui as pessoas sao humildes e ha sempre um sorriso para dar.
Tao e tao longe da realidade das cidades ocidentais...

Ora veijam como tudo aqui e tao sagrado:
Estou no templo a passar a limpo a traducao para portugues da Oracao Universal, para deixar aqui no ashram e chega uma swami ancia numa cadeira de rodas, trazida por uma jovem, e esta swami comeca a entoar o mantra para a paz mundial: Om Namo Narayanaya, repetidamente.
Bom meus amigos, aqui vos deixo, espero ter vos passado um pouco desta realidade que vivo por estes lados do mundo.


A quem o coração inspire esta vontade, pode deixar donativos para ajudar nesta viagem, não existe um mínimo nem um máximo, apenas uma vontade inspiradora de ajudar.
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Abraco da Mae India

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