23.6.10

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Gerês Zen Family, a Chegada
9 de Junho 2010 quarta-feira


Saímos do Jardim de Belém pelas 20h, duas carrinhas da Zen, 15 duendes, gnomos e fadas, de caminho é floresta mágica.

Chegámos pela 1h da manhã ás tipicas casas de pedra do Gerês na zona de Vieira do Minho.


Entre mostrar os aposentos reais aos viajantes, preparar a ceia para a conchegar o estômago, comer e deitar, fizeram-se as 4h da manhã.


Mais meia hora de risota no quarto, se é porque "Não me toques que me desafinas, que tens as mãos geladas!", sim, porque em pleno Junho fazia o frio típico de Inverno. Se é porque "Vê lá se não cais da cama, que ela é pequena", por fim, acalmámos o riso e lá conseguimos adormecer.


Gerês Zen Family, As termas de água quente, e a Viagem de Som meditativa


10 de Junho 2010 quinta-feira,


Levantei-me antes das 7h para preparar tranquilamente o pequeno almoço para a família de duendes Zen.


Saímos de passeio por caminhos rodeados de verde viçoso molhado pela chuva miudinha que ia caindo de vez em quando.


Cenário tipicamente invernil, chuvas, nevoeiro no topo das montanhas, algum frio, quase nos esquecíamos que estamos em Junho e quase a chegar o Verão.

Sinto-me como se tivesse vindo ao Gerês em pleno Inverno, o que torna tudo ainda mais mágico, pois graças a estas chuvas, pudemos ter o privilégio de ver inúmeras cascatas pela serra fora, lindas, jorrando água do seio da montanha, fazendo as delícias dos viajantes.




Fomos até ás termas, para lá da fronteira espanhola.


Piscina de água a escaldar, pela altura das coxas, onde temos que entrar devagarinho para o corpo se habituar àquela temperatura tão elevada.


Ficar 10 minutos, não mais que isso, para evitar as baixas de tensão, e ir alternando com a água "gelada" do rio, que corre mesmo ali ao lado. Água rasteirinha, com pequenas banheiras formadas de pedras. Depois, de enregelarmos os ossos na água fria, deliciarmo-nos novamente com a água quente. Ah....que bom...o efeito é maravilhoso.

Quem entrou ali com dores nas costas, saiu leve, feliz e sem dores.

Tudo isto ao ar livre, rodeados pela serra do Geres, vestida de manto verde, terapia para a alma.
Agora imaginem estarmos nestas termas, deitados, com água quente até ao pescoço, com todo este cenário e começar a cair uma chuva miudinha...Simplesmente idílico...mágico! Que delícia...
Após este miminho, fomos levados a comer uma refeição ligeira num restaurante ali perto.
Viemos de regresso, devagarinho, apreciando a paisagem e parando em pontos com vistas sobre a barragem do Gerês, para apreciar toda aquela beleza, sentir a paz.
São Pedro tem andado a guardar-nos o passeio, pois sempre que estamos recolhidos nas carrinhas a passear, em casa ou nos restaurantes, chove, sempre que paramos para passear ou apreciar os cenários idílicos, não chove.
Que mais se pode pedir?
Qualquer cantinho é bom para parar, ou se tem uma cascata, ou a barragem, ou uma nascente, tudo aqui é belo, a terra é fecunda, dando-nos seus filhos, árvores, vegetação, flores, energia divina e telúrica.




Regresso tranquilo a casa. Enquanto uns preparavam o jantar, outros afinavam instrumentos que contam histórias do mundo, outros aqueciam-se á lareira e outros tinham o merecido descanso nos seus aposentos reais.





Após o jantar, seguiu-se o concerto meditativo com os Omega, formado pela Cláudia e o Rui.


Todos deitados no chão, relaxados, com os olhos fechados para uma viagem de som pelo mundo, num modo de improvisação, tocada pela energia do momento que passava através destes seres que nos presentearam a alma com sons de instrumentos oriundos da India, tais como o sitar, plins, da China, passando pelo swar, mandal, guzheng, vibrafone, ali ao lado o as taças do Tibete, voando para África com a sanzula, passando pelo Brasil com o pau de chuva, e elevando-nos aos Alpes Suissos com os espanta espiritos, fazendo, com estes sons, tocados no momento e sequência certos tilintar os acordes da nossa alma.





1h da manhã, após a água quente das termas e os sons ancestrais, caí num sono profundo.






Gerês Zen Family,


11 de Junho 2010 sexta-feira, Passeio pelas aldeias e concerto com os Canela





O dia amanheceu nublado e chuvoso, tipico dia invernil.


Antes das 7h, comecei a preparar o pequeno almoço.





8h30, dei uma aula de yoga para os duendes corajosos que quiseram acordar mais cedo.





10h20 pequeno almoço





11h30 saímos para passear pelas aldeias do Geres.





Antes de almoço caminhámos um pouco e depois no restaurante ali nas redondezas o menu era bacalhau á lagareiro e para os vegetarianos era tofu grelhado.





Continuava invernil o dia, regressámos em velocidade cruzeiro devagarinho pelas aldeias abaixo.





Chegámos ao aconchego de casa para o descanso dos duendes, até á hora de jantar, num ambiente acolhedor, familiar, com direito a lareira em pleno Junho! E não é que continuava a fazer frio???


Para mim, foi um presente, pois este ano passei o nosso inverno no verão da India e não saboreei estes dias de invernis.





O Serão foi passado á lareira onde nos deliciámos com os sons do projecto musical Canela, também do Rui e da Cláudia, com músicas e letras originais, com o Rui na guitarra e sitar e a Cláudia na voz. Uma voz que sai e se esquece de quem é, mostrando o melhor de si, fechando os olhos, abrindo a voz, com a mãos em forma de flor, lembrando a flor de lotus, abrindo-se, deixando sair a sua beleza e perfume, sem olhar a quem, esquecendo-se de si.


Foi qualquer coisa de sublime.






Gerês Zen Family,


12 de Junho 2010 sábado, Cascatas





Hoje o dia acordou iluminado com o sol a sorrir-nos num céu azul, pintado com nuvens dispersas e fugidias.


Fomos a um miradouro no alto da serra com uma vista magnífica sobre as serras e o vale.


Ali ficámos um pouco, deliciando-nos com o sol a aquecer-nos os rostos, observando os coloridos lagartos nas rochas e as borboletas com desenhos pintados nas asas abertas.

Como é sábia a natureza. Aqui, neste local sagrado, tudo é colorido.




Próxima paragem, as cascatas, para um passeio pela serra acima ao longo do rio, e picnic junto á ribeira.


O dia continuava bonito, São Pedro presentava-nos com um sol que nos aquecia os corações e dava brilho, luz e cor ao dia.


As cascatas.

Que magnífico esplendor, jorradas de água a cair, transformada em espuma branca, descendo sobre as rochas rodeadas de verde.

Um grupo de alpinistas desciam as rochas íngremes junto á cascata.
Subi até lá acima. Se não tivesse gente que tinha ficado junto as cascatas, mais subia, podia seguir por aqueles trilhos de caminhos de pedra desenhados na montanha até cair de cansaço.
Poderia escalar as rochas e trilhos junto ás águas e perder-me no horizonte, esquecendo-me de mim, do que sou ou faço, deixando para tráz os nomes e personalidades.
Ficando apenas a essência mais pura e límpida, pés que caminham sobre as rochas, pernas levando-me a novos trilhos, as mãos ajudando na subida, numa força interior ligada á fonte divina, onde bebem os mestres, santos, anjos e sábios.
Um brilho no olhar, que sorri, encantando-se, fundindo-se em toda esta beleza.
Já não sou eu, sou a rocha que piso, as árvores que toco, as águas onde mergulho os pés, o céu que me observa, o sol que me ilumina.
Deixei de ser eu para passar a ser o Todo.
Encho os pulmões deste ar que aqui se respira, recarregando baterias até um próximo contacto com a natureza.
Temos de descer, não podemos continuar mais, dizia o Rui, temos gente lá em baixo.




Descemos e fomos para o outro lado da ponte, onde as águas se fazia rasteiras, descendo tranquilas sobre o vale.


Deixei o grupo a refrescar-se nas águas da ribeira a fui mais abaixo do rio saltitando de pedra em pedra até chegar a uma maior, onde me sentei junto a uma pequena cascata.


Aí fiquei sentada, contemplando a água a descer o rio abaixo, contornando as rochas, mostrando na sábia natureza como viver, fluindo com a vida, sendo sensíveis a cada sinal, mensagem ou pessoa, vivendo cada momento como único e irrepetitível.

O verde da floresta do Gerês, terra de avatares, fadas, duendes e gnomos, o céu azul sob um sol brilhante, convidou-me a sorrir de gratidão por toda esta beleza.




Seguiu-se um pic-nic e o regresso a casa.


A noite foi presenteada com uma meditação ao som dos Omega Rui e Cláudia.


Grata pela vossa beleza e sinergia.






Gerês Zen Family,


13 de Junho 2010 domingo, Regresso, Casas da Ribeira





Chegou a manhã e depois do pequeno almoço e de colocar tudo nas carrinhas Zen, foi hora de regressar Portugal abaixo, não sem antes comprar umas broas e cerejas!





Viemos direitos ás Casas da Ribeira, onde nos deliciámos com um almoço vegetariano e não vegetariano, feito pelos pais Baião e os seus filhotes.


Um doce de casal, amei conhece-los, o pai enterneceu-me o coração quando disse que punha comida numa casinha de madeira para os passarinhos virem comer quando quisessem.Uma delícia!


A mãe Baião é uma mulher cheia de força interior, o amor que pulsa no seu peito é maior que seus braços podem abraçar.

Lembro a imagem dela a colher alfazema para nos dar. É linda!




Depois do farto almoço, tempo de beber um chá e bolinhos caseiros.


Deixei todos na mesa e fui lá para fora, não podia estar mais sentada em casa com toda aquela beleza lá fora.


Trouxe o chá, e recostei-me num puf cá fora junto á piscina, com vista para os montes.

Ah...tão bom...com o sol a aquecer-nos o coração.




Guiados pelos manos Baião, Luís e Vasco, levaram-nos numa amena conversa até á Ribeira.


Que lindo!!!


Mágico.

Camuflada por verde, uma larga cascata deixa cair as suas águas em lençol branco para uma ribeira mais a baixo, tudo rodeado de verde. Perfeito para um banho.

Na verdade, um local idílico, senti algo diferente dentro de mim, uma emoção quase brotou em lágrimas, pelo simples facto de estar ali.
Um local muito especial, foi como se o tempo tivesse parado.




Obrigado Zen Family, duendes gnomos e fadas.


Obrigado Terra, por nos dares estes paraísos.





Sónia

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