29.8.10

From womb to womb * De ventre a ventre * De vientre a vientre * Ventre à ventre

De ventre a ventre
Fecha-se o involcro.
Recolho-me em minhas asas e fecho o casulo.
Vou buscar no sangue de meu ventre a infinita sabedoria ancestral.
“De ventre a ventre” Dizem as indias Chamãs da tribo Mapuche, no Chile.
...De ventre a ventre...
Do nosso ao da nossa mãe ao da nossa avó, viajamos no ventre de nossas antepassadas até aos primórdios da existência.
Relembramos nesta viagem interior os ensinamentos de cada geração e época em que vivemos.
É tempo de recolher, de isolamento.
Há que respeitar os ritmos internos de nossos corpos, para que deles nasça o belo, tal como do lodo nasce o lótus.
Pouco importa se desagrada aos outros nosso silencio, introspecção, isolamento, recolhimento, aparente inércia.
Aparente inércia exterior, quando dentro reina a revolução de tentar entender e realidade que nos rodeia. Quando tudo parece desfasado no tempo e espaço, e nos sentimos fora da realidade e meio em que nos encontramos.
Não será este motivo suficiente para parar e sentir as batidas de nosso coração?
Q uando sabemos a revolução que se dá num corpo, de querer soltar um grito mudo.
Despir a pele e voar outros horizontes.
As mulheres têm ciclos de 28 dias, os homens de 11, ouvi dizer...
Na altura dos dois dias que precedem a menstruação e dois dias seguintes, é a fase de recolhimento em sí. De não sociabilizar tanto, de nos resguardarmos.
É nesta fase que brotam do sangue premente em sair e se desvelam os melhores momentos criativos, seja através da forma que for.
É tempo de escutar os sonhos, pois é nesta fase que eles se tornam intensos e importantes mensagens são passadas.
É nesta altura que o 6º chakra está aberto nas mulheres e é por isso que ficam “loucas” nesta sociedade velozmente circulante, se não souberem dirigir sábiamente esta energia a uma forma criativa.
Porquê dar sempre uma conotação negativa á fase menstrual da mulher, se ela pode ser uma benção e uma lufada de sabedoria para todos os que a rodeiam, quando bem aproveitada?
Existem culturas de indigenas, onde as mulheres nessa altura são protegidas e ajudadas por outras mulheres, seja em fazer as tarefas ou cuidar dos filhos, sabendo, que estão numa fase sensível. Quando terminava essa fase, as mulheres eram ouvidas como sábias, diante de toda a tribo, para passar as importantes mensagens que eram passadas através dos sonhos, ou os insigts que tinham nesse isolamento.
É altura de criar e escrever.
É altura de escrever os sonhos.
E porquê esta sociedade que era matriarcal, e se tornou patriarcal, tanto critica e desdignifica a mulher, nesta fase? Dizem, “está mal disposta, está com o periodo”...
Mulheres, respeitem vossos ritmos internos.
Oiçam vossos corpos.
Entreguem vosso sangue á Mãe Terra, ás árvores...a propósito, já ouviram falar no moon cup?
Também ouvi que os homens têm ciclos mais pequenos de 11 dias, será verdade?
E sabiam que havia uma lei na altura do regime do Salazar que previa dar dois dias por mês no regime laboral ás mulheres nesta fase ?
E sabiam que essa lei ainda se mantém, embora não esteja especificada, e se extenda também a homens e creio, seja na função pública?

Neste texto, agradeço á Susana Tomás, Mizé, Catarina Pardal, Iris Lican e á Chetna e a tantas outras mulheres pelos ensinamentos delas recebidos.
Profundo respeito por vossas energias femininas.
Diz-se que quem ensina, é mensageiro de Deus.
Assim é.
Shárin

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