28.8.10

Disillusionment of Illusion * Desilusão da Ilusão * Ilusión de la desilusión * Illusion de la désillusion

Oh abençoada deslilusão,
que me fazes arduamente despertar da imatura ilusão…

Mas como construir impérios sobre a ténue, fragil e mutável realidade?

O que ontem foi, hoje não é mais,
O que hoje sonhas, amanhã, acordas sozinho em teu leito,
Notando, percebendo, que nada é,
Do que não tem de ser.


E lágrimas invisiveis não saiem,
De geladas que ficaram da dura, fria e incompreendida realidade.

Distante que te tornaste em mim,
Apenas mais me aproximas da minha esssencia.
És amigo, és imagem de Deus,
Falando comigo em silencio.

E pouco a pouco, vou dando mais um passo em direcção a mim,
Em direcção a Deus.

E Deus?
Que fala e vive por mim, nestas palavras que escrevo,
Nos canticos que entoo,
Descobrindo novos tons, novos horizontes desconhecidos.

Pela minha voz, que é a Tua,
Escuto vozes ancestrais e me descubro do véu do aparente e normal.
Nas vozes e tons, viajo a horizontes longínquos do olhar,
Tão perto do coração que quase os posso tocar.

Leva-me nas costas de um condor,
Com suas asas abertas
Voando sobre mundos,
Encantos e desencantos.

Leva-me Deus,
No dorso de um golfinho,
Falando comigo em silencio,
Nadando velozmente nas profundezas do mar.

Leva-me,
Deitada sobre um elefante fêmea,
Contando-me ao ouvido, de quantas caminhadas fez
Ao longo destes milénios.

Deixa meu ego arder nas chamas
Queimando a ignorancia e o querer.
Deixa que meu querer seja o Teu.

Deixa-me afogar no mar
Queimando o fogo das paixões voláteis.

Deixa-me voar,
De mim, em direcção a Ti.

Shárin

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