21.9.10

Letter to the comic Mother and Father * Carta á Mãe e Pai Cósmicos * Carta para mamá y papá Cósmica * Lettre à maman et papa Cosmique

Quanto mais conheço os humanos mais gosto dos animais.

Esta espécie rara Humanóide que não consigo entender, por mais que estude as astrologias, numerologias as antropologias e espiritualidades...
Primeiro tratam-te como uma princesa, chamam-te anjo, tentando-te deitar numa cama de rosas, julgando que lhes pertences, tu, e toda a tua atenção e energia.
Quando se dão conta, que tal assim não é nem nunca foi, lançam-te os espinhos das rosas, falam-te com facas afiadas na língua, e gelo no coração.



Ai de mim, que faço eu aqui neste Planeta Terra?...
Levem-me lá para Casa, já chega, não quero ver mais, cinismos, friezas, hipocrisias, cobranças, jogos de interesses e de poder.

Só quero pisar a terra com meus pés descalços, sentir a frescura da relva,
Só quero que minhas pegadas se apaguem na areia, numa onda de mar avança sobre a praia.
Minhas mãos?
Que possam tocar além da pele por onde vagueiam numa doce massagem, que possam tocar lá, onde ninguém consegue, que se revelem as lágrimas e os gritos ausentes, que se revelem os sorrisos e o descanso premente.

Num arco íris que se esboça no azul, espelho as cores de meu coração, numa aura infinita raiando o céu.

Levem-me lá, onde residem os animais, os ursos, os condores, os felinos, os cavalos, os golfinhos, os elefantes...
Com eles posso falar, eles me entendem, eu os entendo a eles.

Mas que faço eu neste Planeta a que chamam Terra, onde esta espécie rara a que chamam Humanos reside?...

Levem-me de volta...já basta.

E neste balancear louco de uma vida estranha, de alguém que só quer seguir os seus sonhos,
deslizando na ténue e fina linha da insegurança seguramente material, tenta balancear em segurança, numa corda bamba, onde nada é certo na vida.
Hoje te esbanjam em mimos, amanhã te esbofeteiam com luvas de aço.

Mais valia que nada me dissessem, me deixem, me esqueçam.
Não preciso de ser louvada, nem bajulada.
Não preciso de ser mal amada nem maltratada.

Apenas que me reconheçam e respeitam pelo que sou.
Sem tentarem possuir-me em momento algum.

Não entendem Humanos?
Não sou de ninguém, nem minha sou sequer.
Sou de Deus e vou, em cada momento, onde Ele me quiser.

Sónia Santos
“Shárin”

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